quinta-feira, 18 de junho de 2009
Comunicação e cultura no aniversário da Rádiocom
Cultura
Seminário promovido pela emissora comunitária debateu a democratização da informação e a sustentabilidade de produções culturais
A Rádiocom é um veículo de comunicação alternativo e contra-hegemônico que está enraizado na cultura popular. Assim foi definida pelo jornalista Clomar Porto, em seminário sobre a comunicação e a indústria cultural no dia 13 de junho, essa emissora de rádio que luta, junto aos movimentos sociais da cidade de Pelotas, pela democratização da informação, articulando forças e mobilizando a comunidade pela valorização e pluralização da cultura. O seminário comemorou o oitavo aniversário da rádio e reuniu cerca de 30 pessoas no auditório do sindicato dos bancários.
A organização de um seminário abordando os temas: Comunicação, indústria cultural e cultura livre; foi a forma encontrada pela coordenação da Rádiocom 104.5 fm, este ano, de comemorar o seu aniversário de maneira diferenciada. Além de Clomar Porto, o pesquisador e escritor Álvaro Barcellos e o músico Richard Serraria conduziram os debates da atividade que envolveu ouvintes, apoiadores e rádiocompanheiros, e culminou à noite com um jantar de integração.
O seminário teve início por volta de 15h com a palestra de Álvaro Barcellos sobre a indústria cultural. Barcellos falou sobre a arte e o mercado citando algumas reflexões do filósofo Theodor Adorno sobre a contracultura. O escritor também debateu a imposição da estética dos grandes centros, a dicotomia cultura popular x cultura de massa e o controle social como mecanismo de legitimação da programação de tv. Segundo o escritor, essa estratégia da mídia de massa cria a ilusão da liberdade de escolha. “O neoliberalismo gera o império do pensamento único, e isso provoca vertigens e abismos dos mais variados”, disse o palestrante.
A luta pela democratização da comunicação foi o tema da explanação de Clomar Porto, jornalista e membro da comissão estadual de mobilização pela conferência nacional de comunicação – Confecom. O jornalista acentuou que os movimentos sociais têm dois desafios nessa luta: compreender o papel da comunicação e ter participação efetiva nesse debate. “A radiocom deve assumir essa mobilização pela conferência, em Pelotas”, afirmou.
Finalizando o seminário, o músico e compositor porto alegrense Richard Serraria da Bataclã FC falou a respeito da cultura livre e da sustentabilidade musical. Serraria citou como exemplo a produção de seu disco solo Vila Brasil, gravado no ano passado, no qual foi empregada tecnologia alternativa reduzindo consideravelmente o seu preço final. “A prensagem foi feita em um disco semi-metalizado e a gravação teve 80% dos custos financiados por verba destinada à cultura. Isso nos permite comercializar o Cd a um preço acessível”, explicou.
No encerramento da atividade, Serraria entregou ao ativista cultural da Rádiocom Glênio Rissio um convite para o Fórum de MPB – Música Para Baixar – que está sendo organizado pelo músico em parceria com movimentos sociais da capital, concomitante ao10º Fórum Internacional do Software Livre, o FISL10. O músico ainda brindou os presentes com a apresentação da canção A princesa é uma senhora de idade, que nas noites de sábado dança com o velho sopapo, na voz e violão.
Na foto, os palestrantes Clomar Porto, Álvaro Barcellos e Richard Serraria.
Crédito: Eduardo Menezes
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